sexta-feira, 29 de abril de 2011

Deixa assim, quietinho...

Sexta-feira. Dia nublado, gelado. Com muito custo me levantei pela manha. Calça jeans escura, sutiã vermelho, blusa semi-transparente preta, gola e mangas, meias de ursinho azul e tênis surrado... Um elogio me fez sorrir. Alguém se dirige a mim e solta uma daquelas frases terríveis: "Huum. Tá tão bonita, quem é o felizardo?". De boba me fiz : " (risos) Felizardo? como assim?". Resposta que eu não queria ouvir: "Ahhh, vc sabe, só pode estar apaixonada. Todo mundo que se apaixona fica mais bonito." Eu apenas sorri e desviei o olhar, junto com meus pensamentos e emoções e sorrisos e respostas e tudo ficou confuso e eu só respirei fundo e pensei num jeito de escapar mas nem bolso eu tinha, nem bolsa, nem café, nem nada...
Não estou apaixonada, não penso em ninguem assim, demais, nem de menos, mas não. Estou? penso? "Nada a ver, nada a perder, nada a fazer, nada não..."
De dia quando não o vejo, talvez nem lembro, nem sinto nada, mas de noite, quando me deito, eu sinto tudo que deveria não sentir. Ontem, quando você partiu, foi diferente. Senti um vazio no peito, uma saudade estranha. Nessa hora, sem percber eu gritei, pedi pra vc ficar, mas foi um grito mudo, interno, eu não pude controlar. Uma lágrima de tanta teimosia me venceu pelo cansaço e ousou percorrer minha face. Eu só tive forças para sussurrar baixinho: "How I wish, how I wish you were here"...Mas você não olhou para tras, não disse " Venha, ainda há tempo!". Eu não quero me explicar pra você. Contar porque ainda te estendo a mão sem você querer pegá-la. Não quero te falar sobre minha inconstancia em não desistir de te querer baixinho...Quando decidi enfim me decidir, dei um passo pra frente mas dois para tras. Acabei disfarçando, como sempre, como se teu sorriso, para mim, fosse apenas um riso qualquer.Não vou te contar que acredito nesses encontros de pessoas que já se perderam em algum lugar e que em certo ponto aparecem pra buscar os seus perdidos.Se me perguntar de onde vem tanta vontade de voltar vai perceber que nem eu sei, mas sei que é forte. 

Ás vezes, me dá vontade de fugir, pra bem longe daqui, mas logo vejo que de nada adiantaria, porque o que me incomoda, ainda estaria cmg...Como fui deixar você se afastar de mim? Sei que estou te perdendo em cada amanhecer...  "Eu não vou dizer mentiras pra te conquistar e eu não vou dizer bobagens pra te impressionar", eu só queria te contar, deixar esse medo pra tras, derrubar as barreiras morais. De certa forma, eu já disse, com um abraço, um sorriso, um beijo desviado, uma brincadeira... Eu sempre te mostro, todos aqueles velhos sinais, que são incompreendidos ou simplesmente ignorados. Eu só queria um sinal teu, um simples sinal. Queria poder te dizer o quanto você foi e é especial. O quanto teu papo me deixa eufórica, o quanto teu sorriso me satisfaz. O quanto o teu beijo é apertado e teu abraço doce. O quanto eu fico confusa e troco as palavras ou elas me faltam ao te ver... Eu só quero que você entenda isso. Que você é uma pessoa muito linda, complicada, mas linda. Tem um coração enorme que conquistou o meu. E que entenda também, que se quiser me ter por perto basta demonstrar, e se não quiser, diga apenas "me esqueça" que eu te atenderei, se for o melhor para você...Enquanto isso não acontece, continuo tendo apenas a companhia da lua, aquela mesma lua que conhece o que ja passamos, que ao mesmo tempo que nos une nos separa,aquela que ouve atentamente, todas as noites, meus segredos sobre você. Continuo ajoelhando a cada madrugada e pedindo pra Deus, por favor, não te levar pra longe de mim. Fingindo que não me importo com sua ausencia, e que estou feliz de ser apenas mais uma amiga...


"Enquanto não tenho coragem para lhe dizer tudo que eu quero, tudo o que eu sinto, vou colocando meus pensamentos aqui, esperando que algum dia você entre, leia e tenha a certeza de que mais da metade das coisas que eu escrevo são para você! "

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Diferente viagem igual

Enfim chegara sexta-feira. Ia para casa. Cheguei naquela cidadezinha apática por volta das 15 horas. Viagem exaustiva dentro de um ônibus fechado. Nenhumazinha janela sequer dentro daquela caixa móvel repugnante. Ar. Ar condicionado. Frio glacial. Mau cheiro medonho de cigarro barato. Sentei-me numa poltrona, sozinha, não queria conversa, não queria companhia. Bastava a minha e meu mau humor covarde daquele momento. Num certo ponto do trajeto, numa modesta porteira, um velhinho. Entra no ônibus sorridente. Segura na mão esquerda uma sacolinha de plástico suja e na direita suas dores. Tinha poucos dentes, mas cada um que restara parecia contar um pouco de sua vida simples. Não pude deixar de notá-lo, algo nele me inebriou. Tinha uma aura tão boa, tão graciosa. Aproximou-se da poltrona que estava ao meu lado, com um andar desengonçado : - " Dá uma beradinha prêu ?" Velhinho simpaticíssimo. Não podia dizer não. Sentou-se com alguma dificuldade. - " Tarrrde moça " - e aquele sorriso novamente. Contava histórias e estórias incessantemente. Ele tinha cheiro de mato, e era tão bom. Em uma parada mais a frente, uma mulher embarca. Também não pude deixar de notá-la. Vulgar. Estúpida. Fétida. Já entrou falando alto e querendo 'botar moral'. Sentou-se na poltrona ao lado e ficava me fitando de soslaio. Brigou com o motorista porque ele não parou no açougue pra ela comprar o 'kidicarne' dela. Não acreditei nisso! Cada palavra que saía de sua boca soava como algo pútrido e insolente. Mas, pessoas assim não merecem nem ser citadas... voltemos a viagem. Cheguei enfim no meu destino final - a cidadezinha apática -. Com tristeza despedi-me do senhor que fez da minha viagem, antes tão exaustiva e angustiante, mais divertida e proveitosa. Desci. O frio já nem me incomodava mais, esqueci, porque estava quente meu coração. Um carro me esperava. Minha mãezinha. Fomos para casa e no trajeto cochilei. Estava cansada. Chegando, joguei minhas malas sobre o puff do quarto, tranquei a porta. Sapato pra um lado, brincos pro outro. Tudo pelos ares. Estava em casa. Meu ex futuro quarto. Futuro ex quarto. Arranquei a colcha cor-de-rose da cama como uma criança arranca o papel de presente no aniversáio. Caminhei rapidamente até a janela. Fechei cada persiana de modo a não deixar nenhuma frestinha de luz. Escuro. Despi-me sem delicadeza alguma. Apalpei meu travesseiro de ervas calmantes como um gato antes de se deitar. Senti o cheiro de amaciante nos lençóis limpos e macios. Deitei. Me cobri. De sonhos. De lembranças. De afetos. Abracei forte meu ursinho, eu estava pronta. Quando acordasse, saberia exatamente o que fazer...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Você acredita em gnomos?

Hoje é quinta-feira, mas todos os dias estão parecendo segunda... Senti uma vontade incomum hoje de escrever, mais que uma vontade, uma necessidade. Tem algo tomando conta de mim que eu não sei explicar bem, queria, até pra me satisfazer, mas não tá saindo sabe? É uma mistura de desgotsto, com desilusão, e despreocupação terrivel... dói. Dói tanto que chega a fazer buracos. Buracos onde estão guardados o amor dentro de mim. Amor homem-mulher não existe. Eu achei que existia, mas não existe. Desistam mocinhas que esperam seus principes encantados. Acreditem em mim. Só existem sapos. Nada de principes. Nada de cavalos brancos. Acreditem em gnomos, unicornios, mas não em príncipes encantados! Não estou com dor de cotovelo. Acreditem nisso também. É só experiencia! Eu aprendi um monte de coisas de merda em poucos meses que destruiram muitos dos meus sonhos, mas que por outro lado me fizeram cair na real, sentir o que realmente é a vida, quem são as pessoas por tras de tantas mascaras coloridas e vultos sadios. São monstros. Falsos. Hipócritas. Só existe a inveja, a ira, a falsidade, o interesse. Sentimentos bons e verdadeiros são rarííssimos, então, se vc tem um, preserve-o, mas nunca, veja bem, nunca espere esse sentimento de volta, porque ele raramente virá. Eu amo meus pais, meu irmão, meus amigos, que são poucos, mas percebi que são suficientes. Me tornei uma pessoa dura, mas aprendi o que é o amor próprio e por isso eu sei que hoje eu sou feliz e não preciso de ninguem pra isso, só de mim mesma! Percebi que quando estou sozinha, estou em ótima companhia, e isso basta...